Alguns anos de estudo e execução deste instrumento levaram-me à inevitabilidade de tornar público todo o trabalho que desenvolvi à volta da viola braguesa. Aprendi as técnicas tradicionais, somei outras e escolhi a afinação mais antiga e a aquela que considero ser a que mais personaliza este instrumento.
Tentei sair do âmbito tradicional sempre cómodo e apertado, mas, acima de tudo, criar repertório próprio para um instrumento que é parte integrante do nosso património cultural. Mostrá-la nas suas diversas facetas, foi também o objectivo deste trabalho.
Moda Velha é o resultado de toda esta colaboração, mas é também uma homenagem aos tocadores populares, gente simples e anónima, que encheram Portugal com a música que saía das suas violas tangidas com emoção. Moda Velha representa a enorme vontade de não deixar que sons ancestrais da memória colectiva portuguesa se percam na voragem do tempo.
Porque uma Nação pode existir sem uma bandeira, um hino, sem chefes, mesmo sem território. Mas uma Nação não existe sem uma cultura popular. Ela é que une os povos e a essência que os personaliza.