Apesar de andar pelos vários palcos deste país desde os anos 80, Pedro Branco estreou-se a solo em 2018 com o álbum Contigo. Ao fim de 30 anos de música edita o seu primeiro trabalho de originais.
Pedro Branco lança-se a gravar um disco duplo, onde 14 das suas inúmeras canções irão ganhar um corpo bem diferente daquele que as tem mantido ao longo de todo este tempo, uma vez que são engrandecidas com a participação de muitos outros músicos amigos. Os momentos musicais são intercalados com a leitura de histórias, da autoria de Manuela de Freitas, José Luis Outono, Júlio Machado Vaz, Rui Chafes, José Fanha e Alexandre Honrado. E, à medida que o disco avança, vai entrando em estúdio uma série de convidados que lhe dão cor, como João Afonso, Jacqueline Fernandez, Ana Laíns, Yara Gutkin, Beatriz Portugal, Carlos Alberto Moniz e mesmo o Coro de Santa Amaro de Oeiras.
O álbum Amor trata-se de uma edição em formato especial com livreto de 80 páginas ilustrado por Pedro Sousa Pereira e design de XIXAR´US. Foi gravado entre outubro de 2021 e abril de 2022, na casa de montanha, refúgio de José Mário Branco, pai de Pedro Branco – a Casa do Plátano –, em plena serra de Montejunto, onde o sossego, a altitude da serra, as folhas caídas e a sombra do plátano, que lhe dá hoje nome, ativam uma energia mágica, única e contagiante, que conferem ao presente trabalho um enorme simbolismo sentimental. Ali foi montado o estúdio que durante 1 semana foi recebendo todos os participantes, que se deixaram encantar por todo aquele clima.
Para dar voz a Amor, Pedro Branco convidou quinze cantoras, com as quais, de algum modo, se identifica, e que se adequam, cada uma a seu modo, às diferentes canções deste trabalho. São quinze vozes, quinze personalidades absolutamente díspares, tanto na geografia musical, como em termos geracionais, que ilustram este “Amor”: Capicua, Ana Bacalhau, Amélia Muge, Luanda Cozetti, Filipa Pais, Sopa de Pedra, Rita Dias, Ana Sofia Paiva, Marta Plantier, Catarina Wallenstein, Eliana Rosa, Maria Anadon, Cláudia Andrade, Uxía e Rita Matos Rocha. Um naipe de vozes absolutamente notável, sem o qual “Amor” não teria sido possível de concretizar. Para o tratamento musical, Pedro Branco contou novamente com a colaboração de Gonçalo Alegre, que desta vez assumiu quase todos os arranjos do disco, bem como a sua produção.
De referir, ainda, que o último tema deste disco é também o seu único dueto masculino. Este tem arranjo de Marco Oliveira, intitula-se “Sempre Refeito”, e é interpretado por Pedro Branco e seu filho Diogo Branco, reforçando, dum modo extremamente pessoal e intimista, a enorme carga emocional que percorre todo este trabalho.
Pedro Branco dedica Amor aos homens e às mulheres que ao passar pela sua vida deixa(ra)m o seu lugar bem marcado. E que agora se perpetua assim. Para contar ao mundo que podemos ser mais bonitos.
Pedro Branco nasceu em Paris, em 1965, dado que o seu pai, José Mário Branco, estava exilado em França, desde 1962. A infância foi passada entre França e Portugal, aonde regressou em 1974, para o Porto. Em 1980 muda-se definitivamente para Lisboa, para viver com o pai. Nesse tempo abraçou dois projetos, que se revelaram fundamentais na sua formação: a Oficina de Drama (na Comuna) e o Bombo da Festa, grupo de música popular portuguesa que fundou e no seio do qual foi explorando as suas capacidades musicais.
Ao longo dos tempos, foi atuando, a solo ou em parcerias, em vários espetáculos de música portuguesa, com José Mário Branco, Francisco Fanhais, Carlos Alberto Moniz, ou Jorge Palma, entre muitos outros. Em 2018 edita o disco “Contigo”.
Durante o ano de 2020, com Alexandre Honrado, compõe e produz, para o projeto infantil “Contos de casa”, que viria a integrar o Plano Nacional de Leitura. Desde 2021, integra o projeto “Partes”, com Rui Gato, Ricardo Romano e André Pereira. Está neste momento envolvido em muitos outros projetos, ligados à música, ao teatro e à escrita.