Unidos pela paixão pela música e pelo prazer de tocar e de cantar, o grupo Canto D’Aqui surge como uma associação cultural, que procura transmitir à cultura portuguesa aquilo que existe de mais profundo nas suas raízes, deixando um importante tributo para as gerações futuras.
Natural de Braga, o grupo Canto D’Aqui foi fundado em 1984 e, desde aí, tem vindo a desenvolver um trabalho de pesquisa e divulgação da música tradicional e popular portuguesa, desde o Minho até às Ilhas. Foram vários os elementos que já passaram pelo Canto D’Aqui ao longo dos anos, desde a sua fundação, deixando o seu contributo, sendo que, atualmente, o grupo conta com três dos seus fundadores. Da sua formação atual fazem parte 12 elementos, que executam instrumentos como, guitarras, bandolins, viola braguesa, cavaquinho, baixo, flauta transversal, piano e percussões. O cariz tradicional dos instrumentos, associado aos arranjos musicais e à originalidade com que interpretam as canções, atribui-lhe uma sono- ridade única, sendo já uma referência no panorama nacional.
Depois da sua apresentação em público no 2o Festival de Teatro Amador de Braga, o grupo efetuou inú- meros espetáculos por todo o país ainda nas décadas de 80 e 90, participando em festivais, convívios, festas e romarias, com destaque para os que se realizaram no Coliseu dos Recreios (Lisboa), Theatro Circo (Braga) e Teatro Garcia de Resende (Évora).
Em 1997, o grupo gravou o seu primeiro CD “Tonalidades”, em 2003, “Cantigas D’Aqui” e, mais tarde, aquando dos 25 anos do grupo, o CD “25 Anos de Cantigas” em 2009, apresentado ao vivo no Theatro Circo com a participação da Orquestra e Coro de Pais do Conservatório Calouste Gulbenkian de Braga dirigida pelo Maestro António Baptista. Em conjunto com orquestra e coros, também gravou dois CDs ao vivo de tributo a José Afonso e outro com canções de abril.
Ao longo da história, já realizou vários espetáculos e levou a música tradicional além fronteiras, contando no seu currículo com espetáculos em Fortaleza (Brasil), Nantes (França), Galiza e Valladolid (Espanha). É ainda de mencionar a participação do grupo na Festa do Avante em 2012 e 2022, no Festival Intercéltico de Sendim em 2013 e, anualmente, no Castro-Galaico – Festival de Nogueiró (Braga). Em todos os espetá- culos, felizmente, tem obtido um grande reconhecimento perante o público.
Em 2011, o Canto D’aqui enveredou num outro projeto em colaboração com o grupo Sopros de Zeca, do qual resultou o espetáculo de tributo a Zeca Afonso e Adriano Correia de Oliveira que, durante quatro anos, contou com casa cheia no Theatro Circo de Braga na noite de 23 de Fevereiro, tornando-se um concerto de referência na cidade.
Em 2014 nasce no seu seio, como organismo autónomo, a Orquestra Filarmónica de Braga.
Entre 2012 e 2014, este projeto visitou várias salas de espetáculo deste país e da vizinha Espanha, tendo começado no Theatro Circo com transmissão direta da Antena 1 para todo o mundo, passando por Montijo, Monção, Tui, Caminha,… e culminando na Sala principal da Casa da Música do Porto. Em alguns deles contou-se com a participação de convidados especiais bem conhecidos, tais como Sebastião Antunes, Uxia, Francisco Fanhais e Manuel Freire. É de referir ainda, que em 2012, o grupo foi uma das entidades que impulsionaram e subscreveram o manifesto criado no seio da Associação José Afonso “Amigos Maio- res que o Pensamento”, como homenagem a José Afonso e a Adriano Correia de Oliveira.
Em 2014, alargando o seu reportório a todos aqueles que cantaram e impulsionaram a revolução de 25 de abril de 1974, marco histórico na república portuguesa, este projeto levou-nos numa viagem musical para celebrar 40 anos de liberdade. Para além dos grupos que são presença habitual, contou-se com a colaboração do Coro e Orquestra do Conservatório de Música Calouste Gulbenkian de Braga e ainda com a apresentação e encenação de algumas músicas por parte de alunos também do Conservatório. Um concerto memorável que ficará na história, mais uma vez com “casa cheia”. Tendo em conta o impacto que este concerto teve, em 2015, foi organizada uma orquestra especificamente para este efeito (a atual Orquestra Filarmónica de Braga), constituída por alunos de música e músicos profissionais, que se juntou ao grupo Canto D’Aqui e ao coro, para apresentar o concerto “Canções de Abril” que em 2015 e 2016 percorreu várias salas do país, realizando concertos em Vila Real, Vila Praia de Âncora, Montijo, Braga, Barcelos, Viana do Castelo e na Casa da Música do Porto. À semelhança dos anos anteriores, todos os ar- ranjos musicais para a orquestra, coros e solistas, são da autoria do diretor musical do concerto e também elemento do grupo Canto D’Aqui, Filipe Cunha.
Deste projeto resultaram os CD’s “Tributo a José Afonso”, “Amigos maiores que o pensamento” e o DVD “40 Anos de Abril”.
Em 2016, o grupo Canto D’Aqui iniciou um outro projeto, que à semelhança do que acontece com o Canções de Abril, também junta o grupo a uma banda ou orquestra, mas desta vez com temas de música tradicional, explorando assim novas sonoridades que sem dúvida as valoriza sem lhes retirar o seu cariz. Com este projeto, em julho de 2016 e em novembro de 2016, participou com a Banda Militar do Porto nos concertos comemorativos do aniversário do Regimento de Cavalaria no6 e do Dia do Exército, que se realizaram, respetivamente, no Theatro Circo de Braga e na Casa da Música do Porto. O resultado muito positivo destes dois espetáculos fez com que os dois grupos se voltassem a juntar em palco novamente para o concerto de abertura da 3a Semana Cultural Convergências Portugal/Galiza, no Theatro Circo de Braga. Mais recentemente, este mesmo projeto voltou a unir o Canto D’Aqui à Banda Municipal de Santia- go, à Banda Fundação Brasileira de Mosteiro (Açores) e à Banda de Ponteareas.
Para além destes e dos concertos de música tradicional que realiza periodicamente na cidade de Braga e em várias cidades por todo o país quando requisitado, o grupo Canto D’Aqui é ainda entidade coorga- nizadora do “Castro Galaico Festival de Nogueiró”, que se realiza em Julho no Monte da Consolação em Nogueiró, bem como do “Festival Cultural Convergências – Portugal/Galiza”, que se realiza em fevereiro.