MANUEL MAIO – afirmação a solo

MANUEL MAIO

MANUEL MAIO
afirmação a solo

Para além de uma formação em violino na ESMAE do Porto e de ter estudado na prestigiosa escola de jazz francesa que recebeu o nome de Didier Lockwood ( este um
dos mais virtuosos instrumentistas das cordas especialmente do violino e também por isso mesmo uma das mais prestigiadas figuras do jazz europeu e mundial que até já inclusivamente actuou entre nós há anos atrás) e também já possuidor de um apreciável curriculum musical que compreende, para além da participação em vários projectos nacionais e internacionais, duas obras com o colectivo A presença das formigas e colaborações, entre outros, com gente como Amélia Muge, João Afonso ou o espanhol Luis Pastor, Manuel Maio apresenta-se em disco pela primeira vez como artista a solo num belo e surpreendente projecto – “Sem olhar ao tempo”, disco onde tematicamente nos propõe duas vertentes distintas:- por um lado uma forte componente autobiográfica e por outro lado uma reflexão sobre a actualidade, num conturbado período de tempo que se caracteriza por uma brutal tempestade politica exposta por uma desnecessária guerra brutal, provocada pela loucura e sanha criminosa de um russo assassino, cruel e déspota que dá pelo nome de Vladimir Putin, que infelizmente encarna o papel de um verdadeiro Hitler dos tempos actuais.
Num disco dotado de uma eficiente e cuidada produção, que revela já uma grande maturidade artística, a que não são alheias certamente todas as múltiplas experiencias já adquiridas, o cantautor nacional propõe-nos aqui, através de treze inspiradas composições, servidas por uma acústica cama musical e sonora de grande eloquência, uma viagem pessoal pelos domínios da musica popular portuguesa de que face a este trabalho ele se constituiu já, sem dúvida, como um dos mais sólidos valores, quer como interprete, quer como inspirado construtor de canções; cantando com sabedoria e paixão, projectando e envolvendo cada palavra com eloquência e carinho, enfase certo e imprescindível calor, Manuel Maio revela-se um interprete acima da média e um verdadeiro artista global tal a amplitude das suas propostas a indiciarem realmente um compositor inspirado que, estou certo disso, vai dar cartas no futuro tanto mais que os seus trunfos para se impor são essencialmente a qualidade das suas canções, as suas enormes potencialidades vocais, um grande bom gosto geral, o facto importante de cantar na bela língua de Camões e Amália e acima de tudo a sua inquestionável inspiração, atributos de que dá mostras neste projecto surpreendente pela positiva e que, todas em conjunto, o vão levar certamente…bem longe!
Um nome a fixar já, não só no panorama da música popular portuguesa tão carente de novos e bons valores nos últimos anos, mas também nos domínios das musicas do Mundo, área em que sem dúvida o seu trabalho encaixa na perfeição!

MANUEL MAIO

CD Sons vadios