NUNO VIEIRA DE ALMEIDA – piano
INÊS CALAZANS – voz
canto e piano
Inês Calazans concluiu o curso da Escola Superior de Música de Lisboa com a classificação máxima e concluiu o mestrado na Alemanha.
Recebeu o primeiro prémio em vários concursos de Portugal e Alemanha (em 1995, 1998 e 2001) e tem desenvolvido uma carreira internacional que também se estende a França, Áustria, Suíça, Grécia, Bósnia, Macau, Brasil e Argentina, entre outros.
A soprano disse sentir-se acarinhada em Portugal, mas admitiu ser mais fácil trabalhar na Alemanha, onde “a tradição musical está completamente enraizada e mesmo uma pessoa comum que trabalha oito horas num escritório” assiste frequentemente a concertos.
Nuno Vieira de Almeida é professor na Escola Superior de Música de Lisboa, tendo sido pianista, actor e consultor musical no filme “Vale Abraão”, de Manoel de Oliveira.
Nuno Vieira de Almeida, bolseiro da Fundação Gulbenkian, trabalhou em Viena com Leonid Brumberg e em Londres com Geoffrey Parsons.
Em Portugal já participou em diversas primeiras audições de obras de Wolf, Zemlinsky, Berio, Von Einem, Schreker, Korngold, Ives, Weill, Bernstein, Britten,Webern, Schönberg, com os mais importantes cantores portugueses.
Trabalha regularmente com cantores como Elsa Saque, Gundula Janowitz, Ulla Gustafsson, Elisabete Matos, Liliana Bizineche, Jennifer Smith, Carol Smith, Alison Browner, Peter Weber, entre outros.
Embora pertencendo a diferentes gerações, os universos poéticos de Schubert e Wolf partilham uma temática idêntica, pois reencontramos nas canções deste último, gravadas neste disco, os grandes temas da lírica romântica já abordados na parte do disco consagrada ao compositor mais velho, sobretudo os que correspondem à evocação do canto como portador privilegiado dos afectos e à identificação multifacetada mas sempre intensa entre a expressão desses afectos e as forças da Natureza envolvente.
Depois de Wolf teremos ainda grandes momentos de graça do Lied, às mãos de um Richard Strauss ou de um Berg, quando não mesmo às de um Zemlinsky ou de um Korngold, do mesmo modo que antes de Schubert os tínhamos tido às mãos de um Mozart ou de um Beethoven, ou até às de um Loewe ou de um Reichardt. Mas não há dúvida que o percurso fundamental do género no seio do Romantismo germânico se delimita entre estes dois gigantes – Schubert e Wolf – que balizam o século XIX, aqui notavelmente interpretados pela voz de Inês Calazans, acompanhada ao piano por Nuno Vieira de Almeida.