No contexto da etnografia, encontramos a música tradicional. Vinhais, assim como todo o Noroeste Transmontano é rico em lendas, mitos, poesia e cantigas, porque as suas gentes preservaram como seu, este património.
O autor consegue mostrar nesta obra, de uma forma subtil, uma boa parte da cultura das terras de Vinhais, com grande incidência no campo musical, que é a sua especialidade.
Este estudo etnográfico só é, como qualquer outro, possível porque compreende imensas variáveis em interacção, que não podem ser classificadas senão como características culturais do povo: seus rituais, suas músicas e canções, instrumentos musicais, etc
Esta é a apresentação física de um trabalho de investigação na área da etnomusicologia, campo das humanidades que contribui, com os seus conhecimentos, para a compreensão do Homem, através da expressão musical. As Terras e as Gentes de Vinhais tornam-se objecto de estudo e constituem, no seu modus vivendi , a base do chamado problema de investigação, provar que existiu uma cultura musical de fortes raízes num povo que viveu e sentiu a música popular, de forma única e exemplar, fazendo, dela um acto social.
A metodologia utilizada é, obviamente etnográfica, pelo que não existe uma relação causa/efeito, mas sim processos que vão debruçar-se sobre as relações sociais nascidas da interacção das gentes em causa. Esta interacção social confere, a este estudo, uma validade que se desenvolve ao longo de todo um trabalho previamente planificado, e efectuado com base na recolha de dados no terreno.
Os objectivos, finalidades e resultados giram em torno de uma ideia de conhecimento, preservação e divulgação de um Património Cultural, neste caso, o do Concelho de Vinhais.
Reside em cada um de nós, ou deveria residir, uma atitude de compromisso para que, cada vez mais, esta seja uma realidade cultural, que vivida noutros tempos, deve no presente, não ser vítima de esquecimento e consequente abandono, mas sim motivo de interesse, dedicação e orgulho. Só assim, as gerações futuras poderão conhecer e reviver a nossa cultura. Cultura que ancora inevitavelmente na história, na etnografia, enfim… nas linhas do passado.