As origens do Fado andam envoltas em mistério. Há quem acredite que o Fado nasceu no Brasil, em África, no mar ao sabor das ondas, ou que nos chegou trazido pelos árabes!
Afinal a sua origem é simplesmente portuguesa, verdadeiramente portuguesa, essa convicção e a tese do autor.
Através de uma investigação séria, rigorosa, profunda e consistente junto das comunidades rurais de todas as províncias, o autor descobriu os resquícios de uma antiquíssima tradição poético-musical comum a todo o país (aldeias, vilas e cidades, incluindo Lisboa), que constitui a génese do Fado: o canto narrativo, que vem desde o séc.XVI representado pelo romanceiro novelesco tradicional e que chegou aos nossos dias através dos músicos ambulantes entre ao quais os ceguinhos da tradição popular, que cantavam pelas feiras e ruas de todo o país os últimos acontecimentos que impressionavam o seu auditório: os crimes, as desgraças, as tragédias, as vidas da gente comum, que o mesmo é dizer os fados da gente comum.
São esses os fados primitivos (a que pejorativamente se chama fados da desgraçadinha ou de faca e alguidar), é aí que se situa a origem, a raiz do Fado.
O livro possui 550 páginas, amplamente ilustrado com fotografias a cores, e é acompanhado com quatro CDs, contendo recolhas musicais feitas pelo autor junto das comunidades rurais de todo o país, últimas depositárias desses cantos narrativos das feiras, afinal o fado primitivo ou originário.
Esta edição é um acontecimento de enorme importância para a Cultura Popular Portuguesa.